Estão abertas as candidaturas para o programa FLAD/OPP – Saúde Mental no Ensino Superior, que irá atribuir € 100.000 a projetos de intervenção psicológica em Instituições de Ensino Superior (IES). O objetivo é apoiar o desenvolvimento de projetos que contribuam para uma menor incidência dos problemas de Saúde Mental entre os estudantes, que atingiram níveis muito elevados devido à pandemia.

Este programa pioneiro resulta de uma parceria com a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) e conta com o alto patrocínio da Presidência da República. O objetivo é contribuir para uma menor prevalência de problemas de Saúde Mental entre os estudantes, que já existiam, mas foram agravados com a pandemia COVID-19.

Podem candidatar-se ao programa os Serviços de Psicologia ou de Saúde de instituições de Ensino Superior públicas com projetos que ajudem os estudantes, de forma preventiva, a desenvolver competências que fortaleçam a sua Saúde Mental.

A FLAD disponibiliza financiamento até 100.000 euros, a distribuir por um máximo de três candidaturas, que implicam a contratação, por um ano letivo, de um/a psicólogo/a que irá implementar o projeto sob coordenação do respetivo serviço. Será privilegiada a multidisciplinariedade, o envolvimento de diferentes departamentos, a sustentabilidade e a replicabilidade dos projetos, entre outros fatores.

Os projetos podem ter contornos muito distintos entre si como, por exemplo, campanhas de promoção da Saúde Mental que reforcem estratégias para lidar com problemas, a criação de grupos interpares que promovam o suporte social ou formar os líderes da instituição de modo a promover uma mudança de cultura ao nível da Saúde Mental.

Elegibilidade

Candidatos:

  • Serviços de Psicologia de Instituições de Ensino Superior públicas, em Portugal, cuja coordenação dedique um mínimo de 25% do seu tempo laboral ao desenvolvimento do Projeto. A restante equipa de desenvolvimento do Projeto de Intervenção deverá incluir, pelo menos, um psicólogo/a (membro efetivo ou estagiário da OPP), OU
  • Serviços de Saúde de Instituições de Ensino Superior públicas, em Portugal, desde que estes incluam, na constituição da sua equipa, psicólogos/as que realizem intervenção psicológica.

Características dos projetos:

  • Incluir como objetivo geral a promoção da literacia em Saúde Mental, incorporando estratégias que contribuam para combater o estigma associado às dificuldades e problemas de Saúde Mental e facilitando, sempre que necessário, a procura ativa de apoio especializado;
  • Ter como objetivos específicos o desenvolvimento de pelo menos, duas competências sócio emocionais relacionadas com a construção da resiliência e com a promoção da Saúde Mental e do bem-estar, nomeadamente a autorregulação emocional, a resolução de problemas, a tomada de decisão, a adaptabilidade, a motivação, a orientação para objetivos, a autoconfiança e autoeficácia, o altruísmo, a empatia e competências de relacionamento interpessoal;
  • Privilegiar abordagens em grupo que possam estimular a aprendizagem, a interação entre pares, a partilha de experiências e a criação e manutenção de relações interpessoais e redes de suporte;
  • Integrar a articulação e colaboração com serviços e recursos internos e externos às instituições de ensino superior (ex: câmaras municipais, IPSS, associações, serviços de saúde ocupacional, serviços públicos e privados de apoio psicológico e psiquiátrico) em iniciativas que possam potenciar a intervenção através da otimização dos recursos existentes, bem como facilitar o planeamento e implementação de ações transversais, com impacto em toda a comunidade;
  • Considerar a possibilidade de envolver os próprios estudantes no desenho, implementação e avaliação das abordagens e atividades a realizar;
  • Assegurar na sua estrutura e organização, a longo prazo, a sustentabilidade e continuidade das práticas a implementar, propondo indicadores para a sua monitorização, numa lógica de promoção global das competências emocionais, sociais, académicas e profissionais da comunidade estudantil e de reforço da responsabilidade das instituições de ensino superior na preparação de cidadãos competentes, criativos e inventivos e na construção de uma cidadania crítica, participativa e transformadora;
  • Permitir gerar evidências científicas sobre a sua validade, utilidade e custo-efetividade, que possam permitir disseminar conhecimentos e práticas para outras instituições, replicando os programas noutros contextos.

Cada serviço poderá apresentar apenas uma candidatura através do formulário disponível em https://flad.secure.force.com/CandidaturaMain?language=pt_PT. Só serão aceites candidaturas submetidas através deste formulário e que respondam a toda informação nele solicitada. Os documentos que instruem a candidatura devem obrigatoriamente ser apresentados em língua portuguesa.

Avaliação

As candidaturas e respetivos projetos serão avaliados de acordo com os parâmetros seguintes:

  • Observância dos critérios de elegibilidade;
  • Mérito científico e originalidade;
  • Metodologia proposta e os resultados esperados;
  • Estratégias e indicadores de avaliação;
  • Custo-efetividade;
  • Adaptabilidade (incluindo a possibilidade de replicação dos projetos noutros contextos);
  • Envolvimento de outros elementos da comunidade educativa.

Para aferir com mais detalhe estes parâmetros, o júri poderá solicitar informação adicional, nomeadamente através de entrevistas com o/a autor/a da candidatura, que poderão decorrer de forma presencial ou por videochamada.

Júri

As candidaturas serão avaliadas por um júri composto por:

  • Ana Isabel Lage Ferreira, membro da direção da Ordem dos Psicólogos Portugueses;
  • Ângela Maia, docente no Departamento de Psicologia Aplicada na Escola de Psicologia da Universidade do Minho;
  • Maria da Conceição Bento, diretora-geral do Ensino Superior.

Prazos

  • As candidaturas estão abertas de 11 de abril a 19 de junho de 2022
  • O vencedor será anunciado a 19 de julho

Consulte o edital deste concurso (aqui) para conhecer todos os detalhes sobre o Programa e o processo de candidatura.

Mais informações ou esclarecimentos, por favor contactar: margarida.carvalho@flad.pt