Cinema Independente Americano

Dar destaque a filmes americanos independentes é o objetivo da FLAD com a primeira edição do ciclo Outsiders – Cinema Independente Americano, uma seleção de filmes de realizadores independentes, produzidos nos EUA entre 2006 e 2020, alguns deles premiados e nunca antes exibidos em Portugal.
O Outsiders – uma coprodução do Cinema São Jorge e da FLAD – inclui 14 longas-metragens e 8 curtas-metragens. Na sua maioria envolvem orçamentos de baixo custo, gravação em vídeo digital ou diálogos improvisados, apresentando um olhar diferenciado sobre a vida contemporânea dos jovens adultos americanos.

Programação


Sessão de abertura30/11 Ter
21h30
Lena Dunham, 2010, 98'

01/12 Qua
19h00
Robert Greene, 2014, 86'

01/12 Qua
21h30
Eliza Hittman, 2013, 82’

02/12 Qui
21h30
Rick Alverson, 2012, 95'

03/12 Sex
19h00
Khalik Allah, 2015, 60'

03/12 Sex
21h30
Patrick Wang, 2011, 169'

04/12 Sáb
19h00
Amy Seimetz, 2012, 90'

Sessão central04/12 Sáb
21h30
Benny Safdie, Josh Safdie, 2006/2020, 99'

05/12 Dom
19h00
Bill Ross IV, Turner Ross, 2012, 80'

05/12 Dom
21h30
John Magary, 2014, 111'

06/12 Seg
21h30
Greta Gerwig, Joe Swanberg, 2008, 80'

07/12 Ter
19h00
Frank V. Ross, 2010, 85'

07/12 Ter
21h30
Joe Swanberg, 2012, 79’

08/12 Qua
19h00
James N. Kienitz Wilkins, 2016, 23'

08/12 Qua
19h00
Peter Parlow, 2019, 76'

Sessão de encerramento08/12 Qua
21h30
Chloe Zhao, 2017, 104'

From No Budgetto Netflix

Masterclass

7 Dez, 17h

Grande AuditórioFaculdade de Belas-Artes, Universidade de Lisboa

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JoeSwanberg

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Bilheteira

Os Filmes

TINY FURNITURE
Ficção, 2010, 98’


ACTRESS
Documentário, 2014, 86’


IT FELT LIKE LOVE
Ficção, 2013, 82’


THE COMEDY
Ficção, 2012, 95’


FIELD NIGGAS
Documentário, 2015, 60’


IN THE FAMILY
Ficção, 2011, 169’


SUN DON’T SHINE
Ficção, 2012, 90’


WE’RE GOING TO THE ZOO
Ficção, 2006, 15’


THE BACK OF HER HEAD
Ficção, 2007, 20’


THERE’S NOTHING YOU CAN DO
Ficção, 2008, 4’


THE ACQUAINTANCES OF A LONELY JOHN
Ficção, 2008, 12’


JOHN’S GONE
Ficção, 2010, 22’


THE BLACK BALLOON
Ficção, 2012, 20’


GOLDMAN V. SILVERMAN
Ficção, 2020, 6’


TCHOUPITOULAS
Documentário, 2012, 80’


THE MEND
Ficção, 2014, 111’


NIGHTS AND WEEKENDS
Ficção, 2008, 80’


AUDREY THE TRAINWRECK
Ficção, 2010, 85’


ALL THE LIGHT IN THE SKY
Ficção, 2012, 79’


INDEFINITE PITCH
Experimental, 2016, 23’


THE PLAGIARISTS
Ficção, 2019, 76’


THE RIDER
Ficção, 2017, 104’


"Os outsiders estão aí, prontos a conquistar o lugar que há muito lhes era devido."

Por Carlos Nogueira, Programador

À partida, um filme independente seria o oposto de um filme de Hollywood. Para simplificar, enquanto este último movimenta orçamentos gigantescos, o outro custa relativamente pouco; um destina-se essencialmente a entreter, o outro procura interpelar o espetador; um evita tomar partido em questões politicamente sensíveis, o outro é muitas vezes explicitamente crítico; um recorre a fórmulas estereotipadas, o outro procura transmitir um ponto de vista personalizado. Ou seja, um cineasta independente seria, por escolha própria, um outsider (por oposição ao insider de Hollywood), a fim de manter a sua liberdade criativa.

Na realidade, as coisas são bem mais complexas… Que dizer dos grandes realizadores de Hollywood, passado e presente, que conseguiram transmitir a sua visão do mundo, apesar da máquina industrial ou mesmo graças a ela? Ou dos cineastas independentes que soçobraram a uma formatação indie, ou, então, que não resistiram ao aceno dos estúdios?

O sistema de produção independente pode oferecer a quem tiver dedos para as aproveitar mais garantias de realização de um filme pessoal, sem necessitar de ceder a concessões de natureza vária, e de conservar o controlo da obra, seja durante a produção, seja na fase de distribuição e exibição.

A tarefa não é forçosamente fácil e requer uma enorme dose de perseverança, mas a verdade é que raramente assistimos como hoje a uma proliferação tão grande de focos de criatividade no terreno, outrora demasiado ingrato, do cinema independente.

A história do cinema independente nos Estados Unidos é praticamente tão velha como a do próprio cinema. Aliás, se bem que hoje “cinema independente” se defina praticamente como a antítese de Hollywood, poucos sabem que Hollywood nasceu como uma rebelião dos “independentes” contra a Motion Picture Patents Company ou “Edison Trust”, que detinha as patentes da matéria-prima. Em pouco mais de uma década, porém, as companhias que se haviam deslocado para a costa oeste a fim de se dedicarem à produção longe da alçada da MPPC, urdiram o seu próprio sistema de produção, distribuição e exibição, que ficaria para a história como o studio system, e que substituiria o monopólio Edison pelo oligopólio hollywoodiano.

O sistema de estúdios e a sua complexa mas extremamente controlada estrutura dominou a indústria cinematográfica americana durante mais de três décadas, deixando pouco ou nenhum espaço para a produção independente.

A partir da década de 50, porém, depois da famosa decisão judicial anti-trust, que obrigou os estúdios a abandonar a atividade de exibição, a porta ficou aberta para o aparecimento da produção independente. Nos anos 60 surgiram os primeiros “movimentos” ou grupos, mais ou menos informais, de cinema alternativo ao cinema “comercial”. John Cassavetes, por um lado, e Roger Corman, por outro, foram algumas das figuras que dinamizaram o cinema independente americano nessa época.

O moderno cinema independente americano data de meados dos anos 80, em grande medida graças à dinâmica imprimida pelo festival de Sundance, e surge com uma intenção explícita de se rebelar contra o modelo de cinema dominante.

À medida que os realizadores desta primeira vaga indie, muito ligada às franjas culturais de Nova Iorque, enveredavam por percursos divergentes, que incluíam a aproximação a Hollywood (os Coen, Soderbergh), os circuitos marginais de natureza diversa (John Waters, Sara Driver) ou o ensaio cinematográfico (Mark Rappaport), uma nova vaga de cinema “artesanal” se perfilava: Richard Linklater, Alexander Rockwell, Wes Anderson. Era o início da década de 90, surgiam novos pólos criativos (Austin, Boston), apareciam também novos festivais como rampas de lançamento.

Os avanços tecnológicos tiveram, na viragem do milénio, papéis não negligenciáveis no recrudescimento do cinema independente. A disponibilização, a preços abordáveis, das câmaras digitais veio provocar uma verdadeira revolução cultural: pela primeira vez na história da 7ª arte, estava ao alcance de qualquer bolsa média, e com uma qualidade realmente concorrencial, a possibilidade de fazer um filme de longa-metragem no backyard, com os amigos ou os colegas da faculdade, por muito pouco dinheiro. E mais: a Internet vinha abrir um circuito de distribuição completamente novo para estas obras.

A terceira vaga indie, surgida nos anos 2000, agarrou, pois, com avidez, entusiasmo e criatividade as novas oportunidades. Mantém grande parte dos traços que caracterizaram os seus elders (embora acrescente os seus próprios — linhas narrativas em torno das ansiedades de jovens pós-universitários, recurso a atores não profissionais, diálogo quase sempre improvisado), revê-se frequentemente como herdeira do legado e assume uma variedade que resiste, tal como as anteriores, às classificações de “movimento”.

A essa diversidade artística correspondeu também uma diversidade de receptividade muito acentuada. Se é verdade que alguns cineastas, identificados ou não com o rótulo mumblecore, alcançaram certa notoriedade nos circuitos indie, muitos outros não tiveram a mesma sorte, incluindo dentro dos Estados Unidos.

Em Portugal, a programação alternativa não foi especialmente atenta; limitou-se, quase sempre, a seguir uma certa tendência internacional. Andrew Bujalski e os irmãos Safdie foram regularmente exibidos, é certo, mas são muitos os outros nomes importantes desta vaga indie que escaparam ao radar dessa programação. Lena Dunham deve a reputação que por cá tem à série Girls: nenhum dos filmes que realizou foi exibido em Portugal. De Joe Swanberg, um dos nomes maiores do mumblecore e um dos mais prolíficos cineastas contemporâneos (19 longas-metragens assinadas em menos de 15 anos), apenas foi exibido um filme. Nunca tiveram estreia nacional as primeiras longas de Greta Gerwig, Eliza Hittman, Amy Seimetz e de Khalik Allah. Foi preciso o óscar para que se ouvisse falar de Chloe Zhao. Cineastas da importância de Frank V. Ross, Patrick Wang ou Bill e Turner Ross são totalmente desconhecidos. Invisível permanece grande parte da obra de Rick Alverson e de Robert Greene. Até os Safdie têm uma faceta praticamente oculta…

O trabalho de divulgação desta geração de independentes está, pois, em grande parte, por fazer. A exibição, pela primeira vez em Portugal, deste conjunto de obras vem permitir preencher lacunas, estabelecer pontes e reencontrar elos perdidos. Os outsiders estão aí, prontos a conquistar o lugar que há muito lhes era devido.

Informações Úteis

Cinema São Jorge
Avenida da Liberdade, nº175
1250-141 Lisboa

Bilhetes
4,50 €
Sem descontos aplicáveis
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Como chegar?

Metro
Linha Azul | Estação: Avenida

Autocarros 
709, 711, 732, 736

Contactos

Imprensa:
Helena César – helenacesar@speak.pt

Outras informações:
media.cultura@flad.pt

Sessões para M/14

  • Filmes legendados em português
  • Programa sujeito a alterações
  • Os lugares não são marcados
  • Uso de máscara obrigatório no interior do cinema
  • O Cinema São Jorge opera de acordo com as recomendações da Direção Geral da Saúde

Ficha Técnica

Programador

Carlos Nogueira

Coordenação de Produção

Vítor Alves Brotas | Agência 25

Produção

Clélia Luiz, Filipa da Rocha Nunes, Rui Vallêra

Coordenação de Comunicação

Inês Lampreia, Liliana Valpaços

Comunicação

Inês Braizinha, Mariana Nunes, Nuno Martins

Assessoria de Imprensa

Helena César

Identidade Gráfica

atelier-do-ver

Design de Comunicação, Web Design e Video 

WSA Creative Agency

Tradução

Elsa Vieira

Fotografia 

Joana Linda

Agradecimentos 

António Pinto Ribeiro

CINEMA SÃO JORGE

 

Diretora

Marina Sousa Uva

Adjunta Direção 

Inês Freire

Coordenação técnica 

Fernando Caldeira

Adjunto de coordenação técnica 

Diogo Viana

Projecionistas 

Carlos Souto

Jorge Silva

Técnicos de espetáculo 

Carlos Rocha

Pedro Moreira

Comunicação 

Francisco Barbosa

Pedro Vieira

Coordenação Frente de Casa 

Diana Liberal Guedes

Técnica Administrativa 

Catarina Bernardo

Técnicas Bilheteira 

Carina Rodrigues

Carolina Liberal

Mariana Guimarães

Soraia Souto

Manutenção 

Mário Silva

Programador

Carlos Nogueira

Coordenação de Produção

Vítor Alves Brotas | Agência 25

Produção

Clélia Luiz, Filipa da Rocha Nunes, Rui Vallêra

Coordenação de Comunicação

Inês Lampreia, Liliana Valpaços

Comunicação

Inês Braizinha, Mariana Nunes, Nuno Martins

Assessoria de Imprensa

Helena César

Identidade Gráfica

atelier-do-ver

Design de Comunicação, Web Design e Video 

WSA Creative Agency

Tradução

Elsa Vieira

Fotografia 

Joana Linda

Agradecimentos 

António Pinto Ribeiro

CINEMA SÃO JORGE

 

Diretora

Marina Sousa Uva

Adjunta Direção 

Inês Freire

Coordenação técnica 

Fernando Caldeira

Adjunto de coordenação técnica 

Diogo Viana

Projecionistas 

Carlos Souto

Jorge Silva

Técnicos de espetáculo 

Carlos Rocha

Pedro Moreira

Comunicação 

Francisco Barbosa

Pedro Vieira

Coordenação Frente de Casa 

Diana Liberal Guedes

Técnica Administrativa 

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Técnicas Bilheteira 

Carina Rodrigues

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Soraia Souto

Manutenção 

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