Já foram avaliadas as candidaturas ao programa Flechada. Cinco jovens artistas entre os 24 e os 31 anos vão receber um financiamento no valor máximo de 10 mil euros cada para organizarem a sua primeira exposição individual.
Blac Dwelle, Francisca Pinto, Francisca Valador, Guilherme Figueiredo e Letícia Costelho foram os artistas que apresentaram os cinco projetos de exposição selecionados na primeira edição do Flechada – Programa de Apoio a Primeiras Exposições Individuais, que contou com mais de 80 candidaturas de elevada qualidade. Este programa surgiu da necessidade de apoiar os jovens artistas na sua primeira exposição individual, momento considerado crucial para o seu lançamento enquanto artistas profissionais.
Segundo o júri “a seleção foi feita tendo em conta a qualidade das propostas expositivas, dos portefólios, dos currículos e das cartas de motivação, tendo sido tido também em conta a localização dos projetos e a pertinência dos temas de investigação para o momento artístico e social atual”.
Os cinco jovens vão receber uma bolsa de financiamento da FLAD com um valor até 10 mil euros para organizarem um projeto expositivo único nos locais escolhidos e aprovados no âmbito da candidatura, que pode conhecer abaixo.
Projetos selecionados:
“Passado ‘m ka skcel, Presente ‘m ta vivel, Ftur ‘m ka conchel.” | Blac Dwelle
“Passado ‘m ka skcel, Presente ‘m ta vivel, Ftur ‘m ka conchel,” inspirada na música do artista cabo-verdiano Ildo Lobo, propõe uma imersão profunda na minha ancestralidade e nas narrativas da imigração cabo-verdiana em Portugal. Com particular foco nas experiências e histórias de vida da minha família, assim como nas vozes e corpos que compõem a trama social e demográfica da Margem Sul do Tejo, especificamente da cidade do Barreiro.
Datas da exposição: 12 de Outubro a 09 de Novembro 2024
Lugar: Pada studios, Barreiro
Bio: Blac Dwelle é o artista de origem cabo-verdiana, Ricardo Piedade (n. 1993). Com formação profissional em Design Gráfico pela Etic – Escola de Tecnologia, Inovação e Criação, tem vindo a desenvolver, desde 2014, uma prática artística focada principalmente em escultura, pintura e desenho. Combinando elementos figurativos e abstratos, a sua linguagem visual revela o seu gosto em explorar cores e formas, padrões e elementos.
“Vaivém” | Francisca Pinto
A exposição centra-se na ideia de tempo como agente de transformação. Nos trabalhos apresentados a artista cria diversos planos temporais ou momentos que, acumulados e sobrepostos, transcendem o espaço entre o mundo pessoal e o externo. Para além de várias pinturas a óleo, realizadas nos últimos 2 anos entre Londres e Portugal, serão também apresentadas novas peças em cerâmica e uma instalação in situ de serigrafia.
Datas da exposição: 22 de Maio a 16 de Junho 2024
Lugar: Ostra Practice, Lisboa
Bio: Francisca Pinto nasceu em Vila do Conde, Portugal (1995). Vive e trabalha em Londres, Reino Unido. Está, atualmente, a estudar na Royal Academy Schools até 2026. Trabalha sobretudo com desenho e pintura, e as imagens que cria são fundamentalmente sobre relacionamentos humanos e noções de intimidade, assim como uma procura de conexão entre o mundo interior e exterior.
“As primeiras flores são amarelas” | Francisca Valador
As flores amarelas são as primeiras a nascer. Silvestres, na sua grande maioria, algumas ervas daninhas, indesejadas. De nomes populares com duplo significado: azedas, dentes de leão, mimosas, narcisos. Estas flores selvagens desafiam a permanência. Temos esta ideia de conseguir compreender a beleza ao capturá-la. Ao serem colhidas, desmaiam.
Em minerais, vegetais, animais, astros, fenómenos meteorológicos, o amarelo estende-se em ambientes naturais. E apesar do meu trabalho ter um foco grande neste tipo de elementos, esta cor surge muito pontualmente – pequenos feixes de luz. Esta qualidade luminosa pode ser muito atraente, no entanto considero uma cor para ver de fora. Desta vez, o desafio será tê-la como centro.
Datas da exposição: 28 de Novembro 2024 a 05 de Janeiro 2025
Lugar: Arbag, Lisboa
Bio: Francisca Valador (1993, Lisboa) vive e trabalha em Lisboa. Estudou pintura na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa e fez uma pós-graduação em Práticas artísticas e processos pedagógicos na ESEI Maria Ulrich. Desde 2016, participa em vários projectos e exposições
“Virtual Parasite: Songs of Escape” | Guilherme Figueiredo
Fundamentado na influência dos videojogos, este projeto explora a transformação da percepção, ao destacar as relações entre corpo, espaço virtual e realidade.
Guiado por Johan Huizinga, o trabalho investiga as arenas temporárias dos jogos, enquanto reflete sobre noções como o escapismo e o parasitismo.
Ao analisar o ciclo parasítico do Plagiorhynchus Cylindraceus como metáfora, o projeto examina as relações entre os locais incluídos neste circuito, — estômagos de pássaros canoros e corpos de bichos-da-conta — explorando as complexidades das noções de escapismo e parasitismo.
Datas da exposição: 05 de Setembro a 03 de Outubro 2024
Lugar: Arbag, Lisboa
Bio: Guilherme Figueiredo, 1996, vive e trabalha em Lisboa. Licenciado e mestre em Artes Plásticas na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (Esad.cr). O trabalho cruza referências entre o conceito de play e assuntos contemporâneos ligados à virtualidade dos videojogos.
“Sobre brincadeiras de infância” | Letícia Costelha
Numa reflexão sobre o que é sentir-se criança quando se é adulto, esta exposição parte de uma investigação artística sobre brincadeiras de infância, impulsos para brincar e formas de recuperar essa playfulness na vida adulta. Na sequência de uma série de entrevistas onde se procura conhecer as diferentes brincadeiras de cada pessoa e o seu impacto social, este projecto debruça-se sobre a valorização do acto de brincar, explorando esse gesto tanto na infância como na vida adulta. Partindo da ideia de playscape, proponho trazer essa atmosfera da rua para dentro da exposição, incluindo também o processo de investigação. Procurando reproduzir em desenhos, vídeos e peças escultóricas as brincadeiras e os brinquedos descritos pelas pessoas entrevistadas.
Datas: 03 de Outubro a 14 de Novembro 2024
Lugar da exposição: Galeria do Sol, Porto
Bio: Letícia Costelha. 1996, Porto. Licenciada em Artes Plásticas pela FBAUP em 2019. Colabora em projetos de educação não-formal ligados ao programa europeu Erasmus+ e em associações culturais como exemplo a Associação Quinta das Relvas. Nos últimos anos é activa na participação em residências artísticas e exposições colectivas.
Parabéns e bom trabalho!
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