Já foram avaliadas as candidaturas ao programa Flechada. Cinco jovens artistas entre os 24 e os 31 anos vão receber um financiamento no valor máximo de 10 mil euros cada para organizarem a sua primeira exposição individual.
Henrique J. Paris, Luzia Cruz, Mariana Tilly, Juliana Campos e Sofia Rocha foram os artistas que apresentaram os cinco projetos de exposição selecionados na segunda edição do Flechada – Programa de Apoio a Primeiras Exposições Individuais. O programa tem como objetivo apoiar jovens artistas na sua primeira exposição individual, momento considerado crucial para o seu lançamento enquanto artistas profissionais.
Os cinco jovens vão receber uma bolsa de financiamento da FLAD com um valor até 10 mil euros para organizarem um projeto expositivo único nos locais escolhidos e aprovados no âmbito da candidatura, que pode conhecer abaixo.
Projetos selecionados:
“Alto Ar” | Henrique J. Paris
Bio: Henrique J Paris (2000) é um artista-investigador sediado em Londres cujo trabalho disseca enquadramentos filosóficos, cenográficos e arquitectónicos em relação a modos de poder [decretados], cenográficos e arquitectónicos em relação aos modos de poder [decretados], códigos morais e o discipulado cristão. A sua prática procura alargar as fronteiras entre os visuais e arquitecturas sociais através de uma série de meios como a criação de imagens, instalações instalações, performance, arquivo e composição sonora como locais de proclamação, re-memória e testemunho.
Local: Arte Pólon, Moita
Data: 20 de setembro de 2025 (início)
Curadoria: Nael D’Almeida
Sinopse: Alto Ar será a primeira exposição individual de Henrique J. Paris em Portugal, onde propõe uma experiência visual e espacial que contempla cronologias, mapas e símbolos, de modo a situar mobilizações sociais, ruas e percursos periferizados. A exposição intervém nas barreiras entre memória, imaginação e visão, re-visitando anos vividos no Vale da Amoreira e transformando essa geografia no próprio espaço expositivo — como ruptura conjugada e campo de análise.
J. Paris investiga ritmos cotidianos e formas de espacialidade/performatividade enquanto interroga estruturas de poder colonial. No centro da exposição está Uma Coreografia de Arquivo (An Archive Choreography), um corpo de material reunido entre 2000 e 2025, composto por documentos de arquitetura, imagens, instalações multimídia e reverberações sonoras originais.
“Cosmogonias” | Juliana Campos
Bio: Juliana Campos (1995, São Paulo) licenciou-se em Multimédia pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP). A sua prática artística desenvolveu-se, desde muito cedo, numa relação próxima com a Arquitetura e a Pintura, retomando destas problemas como as oposições entre regra-exceção, repetição singularidade; e a integração de acasos e variações sobre traçados reguladores, por via de uma forte componente geométrica. Estes aspetos são explorados, desde nos trabalhos de instalação, onde a questão espacial é abordada mais diretamente, aos trabalhos mais pictóricos, onde estes problemas ressurgem no jogo geométrico e na disposição dialogante das formas em tensão. Nos últimos anos, tem-se focado na criação de peças em tecido, de fabrico inteiramente manual, incorporando técnicas mistas de tingimento, de recorte e colagem, envolvendo também uma exploração pictórica em torno das tonalidades e das manchas de tinta sobre tecido. Atualmente vive e trabalha no Porto.
Local: Mais Silva Gallery, Porto
Data: 13 de setembro a 1 de novembro de 2025
Curadoria: a anunciar brevemente
Sinopse: A exposição Cosmogonias retoma um universo que tem vindo a ser maioritariamente explorado em peças individuais, em tecido, transpondo-o para um projeto expositivo que engloba, além destas peças, as relações espaciais entre elas, considerando o espaço expositivo e os elementos arquitectónicos que o conformam como a sua extensão. A exposição será concebida como uma geografia, um “lugar” feito de relações e de singularidades, a ser percorrido e habitado de forma sensível, sem a imposição de significados ou narrativas explícitas. É um convite a um diálogo silencioso em que participam as peças, o espaço e quem o percorre.
“FROM THE TITANIC TO THE SCREEN” | Luzia Cruz
Bio: Luzia Cruz (1997, Lisboa) é uma artista visual que vive em Hamburgo e Berlim. O seu trabalho centra-se na fragilidade dos mecanismos sociais que regulam o desenvolvimento tecnológico, em tensão com a extração de recursos naturais. Plasticamente, Luzia explora esta tensão através de formas de aceleração de processos de degradação em diversos materiais. Está a fazer um mestrado em artes plásticas na Hochschule für Bildende Künste em Hamburgo e é bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. Luzia é co-fundadora e co-diretora da Associação Cultural EGEU, desde 2019.
Local: mono Lisboa, Lisboa
Data: a anunciar brevemente
Curadoria: a anunciar brevemente
Sinopse: Como é que os símbolos de dominação – sejam eles económicos, culturais ou tecnológicos – informam uma compreensão da memória colectiva? E que papel desempenham a felicidade e o conforto na tomada de decisões políticas? FROM THE TITANIC TO THE SCREEN é um projecto expositivo inspirado nas peças de teatro de Fiama Hasse Pais Brandao, censuradas durante o Estado Novo e que propõe analisar discursos e metodologias de autoridade, especialmente quando disseminadas através de plataformas digitais e práticas de coaching. Esses discursos muitas vezes baseiam- se em estratégias que misturam persuasão emocional, apelo à legitimidade de figuras de autoridade, e a promessa de sucesso ilimitado, criando uma dinâmica de poder subtil e, maioritariamente, opressiva.
“EMOÇÃO” | Mariana Tilly
Bio: Mariana Tilly (1995), artista. Vive entre Lisboa e Basel. Fez o MFA no IAGN FHNW, Basel, onde é agora doutoranda em Arte e Estudos Culturais. Exposições recentes incluem Private Property (Belocampo, Lisboa), Galerie Lange-Pult (Auvernier), Kiefer Hablitzel Göhner Kunstpreis (Swiss Art Awards, Basel), PLATTFORM22 (Kunsthalle Palazzo, Basel).
Local: Carpintarias de São Lázaro, Lisboa
Data: a anunciar brevemente
Curadoria: Pedro Barateiro (Spirit Shop)
Sinopse: EMOÇÃO, com a curadoria de Spirit Shop, será uma exposição individual de Mariana Tilly nas Carpintarias de São Lázaro em Lisboa, no final de 2025. Partindo de um apego irresistível à visão, a exposição articulará as complexidades representacionais de imagens mediadas, prestando especial atenção aos seus processos de atribuição de valor simbólico e histórico (nos media) e à sua fabricação, reveladora dos desejos e sensibilidades do autor (no cinema narrativo). Esta abordagem a modos de representação procura evidenciar e subverter percepções visuais, re-apropriando o prazer visual (visual pleasure) e o “olhar” (gaze) como uma prática generosa—que evidencie o incessante fascínio pelo poder das imagens como veículos de vida, emoção, conhecimento, violência e justiça—em todos os seus aspetos, e como podem estes modos servir representações necessárias (do “outro”, do próprio, de comunidades e de como foram representadas ao longo da história).
“Thunder Perfect Mind” | Sofia Rocha
Bio: Sofia Rocha, Açores, 1996. Licenciada em Artes Plásticas- ramo Multimédia, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Mestre em Artes Plásticas, ramo Intermedia, FBAUP. O trabalho explora relações entre o Visível e o Invisível, trocas energéticas e processos alquímicos. Procuro aproximar-me de fenómenos, fluxos e sistemas invisíveis através de experimentação material e correspondências especulativas com formas tridimensionais,
Local: Espaço MIRA, Porto
Data: a anunciar brevemente
Curadoria: Marta Espiridião
Sinopse: Thunder Perfect Mind prolonga uma nova mitologia de símbolos que funde sonhos, projeções e observações. Ao navegar a linha ténue entre uma linguagem metafórica e poética e percepções do mundo, encontramos ferramentas para visualizar, expressar fisicamente e experimentar fenómenos imateriais. Os organismos que habitam a exposição encarnam especulações sobre o universo, a sua natureza e o funcionamento dos sistemas de fluxos e canais que o permeiam. Partindo do mundo visível, expandem sobre ele, num movimento se estende sobre o limiar do perceptível para abranger fenómenos mais subtis. Na travessia do interior psíquico para o mundo sensível e visível, os estados internos da consciência transformam-se em estados externos da matéria.
Parabéns e bom trabalho!
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