A Escola B+S Bispo D. Manuel Ferreira Cabral, da Madeira, é a grande vencedora do Prémio Atlântico Júnior 2023/2024, uma parceria entre a FLAD e a Ciência Viva. Os cinco alunos, orientados pela professora Ângela Morais, desenvolveram um projeto para a criação de biofiltros sustentáveis, utilizando resíduos de bananeira e exopolímeros de microalgas, que visam reter microplásticos.

A equipa – composta por Carla Caldeira, Lucas Dória, Mariana Figueira, Rodrigo Pinto e Diogo Mendonça – vence a edição de 2023/2024 do Prémio Atlântico Júnior com o projeto Biofiltração Inovadora: Resíduos de bananeira protetores do oceano, que se destacou entre um grupo de 20 finalistas. Os vencedores vão receber 2 mil euros sob a forma de equipamentos e materiais tecnológicos, e uma viagem a Boston, nos Estados Unidos, onde terão oportunidade de conhecer locais e instituições de interesse científico.

O projeto recorre a resíduos de bananeira e exopolímeros de microalgas para desenvolver biofiltros sustentáveis que visam reter microplásticos, especialmente nas águas residuais de lavagem de roupas sintéticas, mitigando o impacto ambiental nos ecossistemas marinhos. Através da construção de uma maquete que simula o tratamento de efluentes numa ETAR, o projeto exibe a eficácia dos biofiltros na prática, demonstrando como podem ser integrados em sistemas de tratamento de água para reduzir a liberação de microplásticos nos oceanos. Os alunos propuseram uma solução inovadora para um problema ambiental, valorizando resíduos locais na ilha da Madeira, contribuindo para a economia circular do arquipélago.

Em 2º lugar, ficou a equipa Hydrofee, do Agrupamento de Escolas da Maia. A equipa apresentou um projeto para a criação de uma cápsula de café hidrossolúvel e biodegradável, à base de amido oriundo das cascas de batata e glicerol. A equipa é composta por Nuno Henrique Linhas e Marques, Matilde Viegas Nunes Antunes, Sílvia Alexandra de Marques Magalhães e Mafalda Miguel Machado Domingues, e teve o apoio da Escola Secundária da Maia e a orientação da professora Luísa Santos.

Em 3.º lugar, ex aequo, foram escolhidas duas: a Sea Network, do Cólegio Valsassina, com um projeto para a criação de uma bóia, de preço reduzido, que permita aumentar a acessibilidade e regularidade dos dados a obter sobre a costa portuguesa; e a ENTA – Escola de Novas Tecnologias dos Açores, cujo projeto na construção e programação de um ROV com capacidade para medir um conjunto de variáveis com fins científicos, como a salinidade e o PH.

Sobre o Prémio:

O Prémio Atlântico Júnior é dirigido às escolas secundárias e profissionais de todo o país, e visa promover a cultura científica e tecnológica através da valorização do Atlântico como sistema natural e do seu papel na sustentabilidade do planeta e na sociedade. O projeto surge na sequência do FLAD Science Award Atlantic e pretende criar nos mais jovens o gosto pela tecnologia, numa perspetiva de trabalho em equipa e de aprender fazendo, dando visibilidade ao seu papel na compreensão do Atlântico e à sua importância para a sustentabilidade do planeta e para as comunidades que o rodeiam.

Este prémio distingue projetos científicos focados no Atlântico e no uso sustentável dos seus recursos. Na edição de 2023/2024, o concurso focou-se nos seguintes temas:

  • Energias renováveis marinhas (Exemplo: dispositivos para aproveitar energias de ondas e marés);
  • Robôs marinhos com sensores para medir variáveis como salinidade, temperatura ou pH, entre outros;
  • Embarcações inovadoras (Exemplo: veículos solares telecomandados);
  • Tecnologias e processos que contribuam para eliminar ou mitigar a poluição marinha;
  • Biotecnologia (Exemplos: fármacos, novos produtos alimentares);
  • Abordagens para a preservação da Biodiversidade.

Na apresentação final dos projetos as equipas farão uma intervenção pública de 10 minutos, uma demonstração prática do protótipo, maquete ou produto produzido e apresentação de um poster do projeto.

Aos 3 melhores projetos serão atribuídos os seguintes prémios:

  • 1º lugar: viagem aos EUA e um prémio no valor de 2000 €;
  • 2º lugar: prémio no valor de 2000 €;
  • 3º lugar: prémio no valor de 1500 €;

Os valores monetários envolvidos nos prémios são atribuídos às escolas para aquisição de equipamentos e  materiais necessários para o desenvolvimento de novos projetos na área tecnológica nos anos letivos seguintes, nomeadamente neste concurso.