A nossa convidada desta semana é Isabel Lucas, jornalista e autora do livro Viagem ao Sonho Americano, numa conversa que é um autêntico mapa da identidade americana através da sua literatura.
A questão estava longe de ser de resposta simples: o que é a América? Para responder a esta questão, a jornalista propôs-se a traçar um mapa literário da América a partir de 16 livros essenciais, num conjunto de trabalhos para o jornal Público, com o apoio da FLAD.
Mas o resultado viria a ser muito mais do que isso. Depois de percorrer 97 mil quilómetros ao longo de um ano, Isabel Lucas colocou o resultado – um misto de mergulho na condição americana, nos seus mitos e paradoxos, medos e fragilidades, mas também da sua grandeza – num livro que se transformou numa verdadeira busca pelo significado de um dos ideais intrínseco da psique norte-americana, o sonho americano.
O trabalho partiu dos livros, mas ganhou forma e cor com as ruas, as pessoas e as suas diferentes vozes. E no final, diz, aprendeu mais sobre si própria do que sobre a América.
“Com esta viagem eu acho que descobri mais acerca de mim do que acerca da América. […] Enquanto puder voltar à América, eu quero voltar à América para poder perceber um bocadinho melhor aquilo e também tentar perceber um bocadinho melhor aquilo que eu faço aqui.” – Isabel Lucas
Sobre o sonho americano, a base de toda esta pesquisa no terreno, diz que é parte da identidade americana. “Ser e pensar o sonho, foi por aí que o país começou, com alguém que chega a um continente novo e quer fazer ali uma terra nova para um homem novo.”
Mas a situação atual, a divisão e o medo, esse não deveria ter lugar e é o contrário do que os documentos fundamentais que marcam a fundação do país novo que viria a ser superpotência.
“[O medo] É o contrário da América. É um medo que anula aquilo que é a Constituição americana, que é um grande adjectivo literário escrito por quem sabe escrever. E está lá a base do que é a América, e é a diferença, é sobretudo aceitar o outro, que é também uma coisa que é bíblica, que faz parte daquilo que queremos que seja a evolução da condição humana.” – Isabel Lucas
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