Já está disponível o sétimo episódio do nosso podcast, Atlantic Talks. O convidado desta semana é Nuno Severiano Teixeira, antigo ministro da Administração Interna e da Defesa Nacional, agora Professor Catedrático na Universidade Nova de Lisboa e diretor do Instituto Português de Relações Internacionais.
Era ministro da Administração Interna a 11 de setembro de 2001. Anos mais tarde, viria a ser ministro da Defesa. Foi professor convidado em duas das melhores universidades do mundo: a Universidade de Georgetown, em Washington; e a Universidade da Califórnia, em Berkeley.
Nuno Severiano Teixeira é agora Professor Catedrático da Universidade Nova de Lisboa e diretor do Instituto Português de Relações Internacionais. Segue com muita atenção o que se passa na política internacional, e os Estados Unidos em particular, com quem considera que a Europa deve manter laços próximos.
Neste episódio do podcast, fala sobre as opções de política externa da atual administração norte-americana, as origens desta orientação mais virada para dentro e os potenciais perigos, para os Estados Unidos e para o mundo.
“O America First, muitas vezes as pessoas não têm a noção do quão sólido, do quão coerente, é esse principio. Acham que isso é uma coisa inventada por Donald Trump. Não é. Desde a origem dos Estados Unidos como país independente que há duas ideias que, no imaginário americano, têm funcionado e em torno das quais há uma oscilação. Há a ideia de que os Estados Unidos são um Estado cruzado, que tem de levar para o mundo os seus princípios, os seus valores, portanto funcionar como os cruzados funcionavam na idade média. E a outra ideia é a ideia de que a América é uma terra prometida que tem de ser defendida porque está ameaçada do exterior.” – Nuno Severiano Teixeira.
Sobre o impacto no mundo, e as crescentes tensões com a segunda maior economia do mundo, a China, Nuno Severiano Teixeira lembra que o vazio na geopolítica não existe e vê as duas superpotências em rota de colisão.
“A geopolítica é como a física, no sentido de que não há lugar para o vazio. Quando alguém se retrai, outro ator ocupa. É aquilo a que estamos a assistir neste momento do ponto de vista internacional, ao crescendo da rivalidade entre os Estados Unidos e a China pela liderança global.” – Nuno Severiano Teixeira.
Na análise que faz aos vários domínios deste conflito latente, o Professor da Universidade Nova faz uma paralelismo histórico preocupante e antevê, mesmo com a mudança de administração, uma continuação da relação tensa.
“Se olhar para aquilo que se passa hoje na rivalidade entre a China e os Estados Unidos, nós vamos ver reproduzir a rivalidade que conduziu à Primeira Guerra Mundial entre a Inglaterra imperial e a Alemanha imperial.” – Nuno Severiano Teixeira.
Para ouvir este episódio basta selecionar um dos seguintes links ou procurar onde habitualmente ouve os seus podcasts.
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