Susana Ferreira, Professora no Departamento de Relações Internacionais na Universidad Antonio de Nebrija (Madrid), e Frank Mattheis, Research Fellow no United Nations University Institute on Comparative Regional Integration Studies (UNU-CRIS), são os vencedores da primeira edição do FLAD Atlantic Security Award. Os investigadores irão receber 20 mil euros cada para desenvolver um projeto de investigação enquadrado nos desafios atuais no âmbito da Segurança e Defesa no espaço atlântico.

O FLAD Atlantic Security Award é uma parceria entre a FLAD, o Centro do Atlântico e o Instituto da Defesa Nacional, que pretende estimular e distinguir a investigação de excelência nas temáticas da Segurança e Defesa no Atlântico.

O prémio é anual e distingue duas propostas de elevado mérito científico dedicadas a estes temas. Os vencedores recebem um financiamento de 20 mil euros para desenvolverem os seus projetos entre março e dezembro de 2022.

Susana Ferreira é Professora no Departamento de Relações Internacionais na Universidad Antonio de Nebrija (Madrid) e venceu o prémio com o projeto “The transformation of border regimes in the Atlantic. From securitisation to a human-centred approach in South-western Europe”, que pretende avaliar de que forma o processo europeu de externalização das fronteiras afeta a segurança marítima dos Estados-membros da União Europeia e a segurança dos migrantes. O projeto pretende desenvolver uma área pouco estudada, dos regimes fronteiriços e do seu impacto nos países vizinhos e países terceiros, com um enfoque particular na realidade do Atlântico.

O júri destacou o sólido percurso académico e as provas dadas de autonomia e excelência de investigação num tema de central relevância para a segurança atlântica de Susana Ferreira, e a relevância transversal do projeto que apresentou a concurso.

“O projeta aborda uma questão de interesse transversal para países do Atlântico norte e do Atlântico sul, nomeadamente os regimes migratórios em vigor entre o continente africano e europeu, as novas rotas migratórias no Atlântico e o impacto da gestão dos fluxos migratórios na segurança humana das comunidades deste espaço. Esta candidatura enquadra-se, assim, nos desafios de segurança e defesa do espaço atlântico, considerando as consequências da externalização dos processos fronteiriços da União Europeia nas políticas internas e regionais dos países de trânsito e de origem”.

O outro vencedor foi Frank Mattheis, Research Fellow no United Nations University Institute on Comparative Regional Integration Studies (UNU-CRIS), com o projeto “Maritime Regional Security Mechanisms in the Atlantic: A Comparative Study”, um estudo comparativo de mecanismos de segurança marítima em onze organizações regionais diferentes, que procura perceber o que motiva a criação dos diferentes mecanismos de segurança. O projeto contribuirá para promover uma maior cooperação entre as organizações regionais na deteção dos primeiros sinais de conflito no Atlântico, prevenindo o aumento da violência. O projeto apresentado pelo investigador alemão foi destacado pelo júri não só pela sua relevância e originalidade nas matérias de segurança e defesa do espaço atlântico, mas também pela capacidade de gerar resultados no futuro.

“O projeto apresentado cumpre plenamente os objetivos propostos, nomeadamente a sua relevância e originalidade em matérias de segurança e defesa no espaço atlântico e define objetivos e marcos de investigação que dão garantias de produção de conhecimento relevante para a ação em matéria de segurança e defesa. A produção científica prevista neste projeto inclui resultados inovadores, que terão um efeito multiplicador e benéfico para as instituições promotoras do Prémio, na sua missão de promover conhecimento e cooperação em torno do Atlântico.”.

O FLAD Atlantic Security Award é um prémio anual, que resulta da parceria entre a FLAD e o Centro do Atlântico. As candidaturas são abertas a pessoas de todas as nacionalidades. Numa das bolsas é dada preferência a um candidato português.

O Centro do Atlântico é uma iniciativa do Governo português, desenvolvida pelo Ministério da Defesa Nacional, dedicada à promoção da segurança e da cooperação no Atlântico e que está aberta à participação de todos os Estados e organizações multilaterais desta região. As suas atividades centram-se no diálogo político, na investigação científica e na capacitação no domínio da defesa.

Instituto da Defesa Nacional (IDN) tem como missão principal o apoio à formulação do pensamento estratégico nacional, assegurando o estudo, a investigação e a divulgação das questões de segurança e defesa. O IDN integra o Ministério da Defesa Nacional desde 1982, dispondo de autonomia científica, pedagógica e administrativa.