A equipa vencedora, da Escola Profissional de Salvaterra de Magos, criou um veículo autónomo de superfície movido a energia solar para ajudar a preservar e melhorar as condições naturais do Rio Tejo.
O projeto EPSWater (Electronic Power Saving Water), desenvolvido por cinco alunos do Curso Profissional de Técnico de Eletrónica, Automação e Comando da Escola Profissional de Salvaterra de Magos, é o vencedor da 1ª Edição do Prémio FLAD Atlântico Júnior, lançado pela FLAD e pela Ciência Viva. Este Prémio, dirigido às escolas secundárias e profissionais de todo o país, distingue projetos científicos focados no Atlântico e no uso sustentável dos seus recursos.
O projeto vencedor, que se destacou de um conjunto de 15 finalistas, envolveu a criação de um veículo autónomo de superfície, movido a energia solar, para medir parâmetros de pH, salinidade, temperatura e transparência da água do Rio Tejo. O objetivo é contribuir para a preservação e melhoria das suas condições naturais e para uma intervenção preventiva nas planícies ribatejanas. O protótipo é camuflado e não tripulável para se confundir com a paisagem e contribuir para a preservação do ambiente natural, nomeadamente o habitat das espécies, sendo equipado com um sistema GPS, monitorizado a longa distância. A escola dos cinco alunos, orientados pelo professor José Maria Gonçalves Carvalho, vai receber 2 mil euros sob a forma de equipamentos e materiais tecnológicos. A equipa vencedora será também premiada com uma viagem a Boston, nos EUA, onde irá visitar locais de interesse científico.
Couro inovador, robot aquático e sistema de monitorização
Em 2º lugar ficou o projeto “CurtAlgas”, da equipa do Agrupamento de Escolas de Alcanena, que visa produzir couro inovador à base de extratos de algas, como alternativa ao impacto ambiental da poluição gerada pela indústria dos curtumes, a principal atividade económica da região. O valor pecuniário do prémio é de 2 mil euros.
O 3º lugar, em ex-aequo, foi conquistado pelo projeto AmazingROVTeam, da Escola de Novas Tecnologias dos Açores, e pelo OJ(Clean)Power, do Agrupamento de Escolas Oliveira Júnior (São João Madeira), que irão partilhar o prémio de 1500 euros. O AmazingROVTeam propõe-se a criar um sistema integrado de monitorização com três componentes para recolher imagens, temperatura, salinidade e pH debaixo de água. O OJ(Clean)Power trata-se de um robot aquático para registo de características físicas e químicas da água do Atlântico, detetando, em tempo real, potenciais desequílibrios.
Elsa Henriques, Administradora da FLAD e membro do júri, sublinha a qualidade dos projetos recebidos, afirmando:
“As equipas identificaram problemas reais e procuraram soluções tecnológicas em clara interação com a comunidade envolvente, aplicaram conhecimentos previamente adquiridos e desenvolveram novas competências técnicas para construir e validar os protótipos construídos.”
Já Ana Noronha, Diretora Executiva da Ciência Viva, reforça a importância do Prémio:
“Esperamos com este concurso começar a despertar o gosto pelas engenharias para a monitorização e uso sustentável do oceano e lembrar os jovens que o Atlântico, apesar de separar geograficamente os continentes, cria pontes entre as comunidades que vivem na bacia atlântica. O Prémio Atlântico Júnior será um contributo para o reforço dessas pontes”.
Parabéns a todos pelos excelentes projetos!
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